18 de novembro de 2024

vou te contar

com você, aprendi a contar

aprendi a contar teus sinais

aprendi a contar quantas tatuagens você tem

aprendi a contar os momentos que você sorria vindo de dentro

aprendi a contar as vezes que você tinha medo do mundo

aprendi a contar quantos copos de cerveja a gente bebia juntas antes de você dizer pra gente parar e ir pra casa

mas eu perdi as contas de quantas vezes pedi pra ser a mulher da tua vida e você me disse não.


28 de outubro de 2023

na hora do almoço

eu fiquei triste quando você me contou sobre ela. é sempre alguém depois da gente, né? por mais que você diga que não, que não é isso, mas é isso sim. saímos pra almoçar depois de meses sem falar.

- mas, e tu? como você tá? - você perguntou, quando viu que eu fiquei sem reação.

eu, quase que num susto, te respondi que tava tudo bem. você ficou falando amenidades enquanto eu ainda tentava processar tudo. por que ela e não eu? não te perguntei isso, porque achei uma pergunta muito desconfortável e achei melhor que ela somente me inundasse, e não a você também. falamos sobre sua mãe, sobre a comida gostosa, sobre como minha roupa estava bonita - mas não que eu tinha escolhido há tanto tempo pra gente ir naquele restaurante que eu sempre quis ir com você.

e eu queria ter te perguntado sobre ela. queria ter te dado um beijo. eu tenho certeza que ela não se encaixava tão bem em você quanto eu. mas tudo. tudo bem. 

quando a gente tava saindo do restaurante, começou tocar aquela música que aprendi com você e que até hoje só me lembra você.

15 de novembro de 2022

um poema sobre tu

eu gosto de tu

eu gosto de tu sem medo de gostar de tu

eu gosto de gostar de tu

e gosto de tudo em tu

cheiro

pescoço

covinhas

mãos 

e olhos

gosto do teu carinho

gosto do meu carinho em tu

eu gosto de tu

e gosto sem medo de gostar de tu 

12 de agosto de 2022

banho

intimidade ou 

conexão ou

tudo ou 

nada:

saudade de te sentir

c

    a 

        c 

           h 

              o 

                 e 

                    i

                      r 

                        a

18 de junho de 2021

joana

o final de semana tinha sido cheio de coisa. foto de comida, foto de parto, foto de casamento... não sei onde que eu ia achar tempo pra editar tanta coisa.

era quase oito da noite quando um número estranho me chamou no whatsapp.

- oi, aqui é joana. você é verônica, né?

respondi que sim e prontamente ela perguntou se eu tinha horário durante a semana.

- eu queria fazer umas fotos nuas, umas nudes profissionais, sabe? vi alguns trabalhos teus e adorei. -ela disse.

folheei a minha agenda e tinha um horário disponível na sexta a tarde. ela não titubeou e já me pediu para marcar: sexta às 15h.

a semana passou correndo e deu tempo de editar e entregar tudo e um pouco mais. estava animada pra fotografar joana, já fazia algum tempo que eu não fotografava um nu artístico. fiquei em dúvida em qual lente escolher, mas escolhi uma 24-70mm. coloquei um rivotril na bolsa, porque nunca se sabe, né?

cheguei na casa de joana no horário combinado. ela morava sozinha num apê no parnamirim. muitas plantas, piso de taco e um janelão na sala. me animei com o cenário, as fotos iam ficar bem boas.

joana estava com um vinho na mão e me perguntou se podia tirar a roupa. eu disse que sim e finalmente parei pra olhar a modelo do dia. porra, joana era bonita pra caralho. as fotos iam ficar lindas. ela me ofereceu uma taça e não recusei, era um rosé que eu amo.

- adoro esse vinho. -falei, levantando a taça.
- ai, que bom! é meu preferido. -ela disse colocando mais vinho na taça dela.

não perdi tempo e comecei a registrar aquele momento e aquela mulher. ela tirou a roupa, sentou perto da janela e eu nem precisei orientar muito. as fotos foram saindo naturalmente, conversamos sobre um monte de coisa, política, gilberto gil, wes anderson. ela abriu outra garrafa de vinho e já tinha ficado de noite. não vi a hora passar, mas não tinha compromisso e fui ficando. em algum momento, entre um monte de vinho rosé e um papo gostoso, joana me encarou foi muito direta.

- porra, que tesão. - ela disse.

cheguei pertinho dela e disse baixinho - né?.

ela deu um sorriso e me beijou gostoso. aff. que beijo bom, que mulher gostosa. continuamos nos beijando, língua, nuca, orelha. ela colocou a mão por debaixo da minha blusa e foi uma ótima ideia não usar sutiã naquele dia. senti a mão dela de leve no meu mamilo, que estava durinho. ela levantou a minha blusa e começou a massagear meus peitos enquanto beijava meu pescoço. eu podia sentir que estava molhada pra caralho. afastei as mãos dela e comecei a beijar seu pescoço. ela gemeu baixinho e eu desci para beijar seus peitos. passei a língua no mamilo dela, que também estava durinho e ela gemeu mais uma vez. chupei os peitos dela, porra que delícia. toquei na buceta dela, que também tava molhada e massageei o grelo. nos encaixamos direitinho e ela meteu dois dedos em mim. começou devagar e foi aumentando a velocidade. acompanhei o ritmo.

- me chupa. - ela disse entre gemidos.

parei de meter, deitei ela no chão com as pernas abertas. eu amo o cheiro de buceta. beijei primeiro as coxas, enquanto fazia carinho nelas. a medida em que a minha boca se aproximava da buceta dela, podia sentir que ela tava explodindo de tesão, assim como eu tava. comecei a chupar ela e aproveitei pra me masturbar. pude sentir a buceta dela pulsar enquanto ela gozava. com a respiração ofegante, ela pediu pra me chupar. me colocou na mesma posição que eu tinha colocado ela antes, e meteu em mim sem dó. que delícia. pediu pra que eu ficasse de quatro, e eu prontamente me ajeitei. me deu dois tapas e beijou o meu cu. gemi alto pra caralho, que tesão. depois começou a me chupar e como ela chupava gostoso. não aguentei dois minutos (eu acho) e gozei. pude sentir o gozo escorrendo por todo lugar. deitei e ela deitou ao meu lado. olhei pra ela e sorri.

- porra. - disse ofegante e sorrindo.

ela me deu um beijo na boca e eu correspondi ao beijo. tava pronta pra começar tudo de novo. tinha sido gostoso demais.

21 de março de 2021

oito e nove

VIII.
um show de jorge ben jor dentro de mim. tu era uma playlist de verão no mês mais chuvoso do ano. um dia me perguntaram se eu achava que tu seria a mulher da minha vida e eu disse que sim. tu durou pouco.

IX.
era sábado e eu queria transar. tu entrou e ficou. e virou meu mundo de ponta cabeça e eu nem sabia mais onde eu terminava e tu começava. não foi saudável. tu também foi embora e virou meu mundo de ponta cabeça outra vez. não foi saudável.

11 de abril de 2020

heaven knows i'm miserable now

‌eu guardo muitas imagens bonitas de você. mas talvez a mais bonita seja daquele dia, que já era tarde da noite, entrando pela madrugada. estávamos no meu quarto e você vestia um camisão velho meu. ficava parecendo uma camisola em você. seu cabelo caía pelo rosto, bagunçado. ligamos o pisca pisca do meu quarto, e tudo ficou colorido. não que você já não estivesse iluminando bastante todos aqueles dias. você deitou ao meu lado e começou a acompanhar a música dos smiths, que tocava tinha algum tempo. sorriu pra mim e cantarolou sem voz "good times for a change". sorri pra você e se a gente emana alguma cor quando sorri, meu sorriso tinha todas as cores do mundo. você sorria, mas sem mostrar os dentes, e balançava a cabeça conforme a música, de olhos fechados. talvez essa seja a imagem mais bonita que eu tenha da vida. mas acho que percebi bem naquela hora e naquele momento que aquilo tudo era demais pra mim. se sentir preenchida é assustador, né? me desculpa que não te respondi direito nos dias que se seguiram, eu não ia saber o que fazer. me desculpa quando parei de tesponder. eu ainda sinto saudades, mas eu não ia saber o que fazer contigo. pareceu muito pra mim.