30 de outubro de 2011

domingo

Domingo, 30 de outubro de 2011


Querida Ana,
boa tarde, meu amor. Como vai você? Hoje estou preguiçoso. Domingos dão uma preguiça, Ana.
Eu lembro mais ainda de você aos domingos. Te levar pra feirinha do Bom Jesus era a maior diversão da minha vida, só pra ver os seus olhos brilharem diante tanta coisa que você adorava. Você parecia criança entre aquelas bolhinhas de sabão. Apontava e falava dos vestidos e das fitas de cabelo, imaginava como você ficaria bonita vestida naquilo tudo.

Sempre comprávamos uma trufa, que você comia com o maior prazer do mundo. Depois de tanto ir e vir na feirinha, íamos descansar os pés na galeria ali do lado, naquela biblioteca de arte que você amava tanto. Perdi as contas das vezes que você me mostrava aqueles livros sobre Warhol e Duchamp.

Na volta, tomávamos um maltado enquanto fazíamos as mais belas declarações um ao outro e papeávamos sobre as coisas tolas. Saudades de suas coisas tolas, Ana.

Você se lembra disso tudo? Sinto saudades das tardes de domingo ao seu lado, Ana.
Volta.

chocolate no meu bolso

Eu não me importo em pagar 3 reais a mais,
só pra ter sempre guardado aquele chocolate que você adora.

27 de outubro de 2011

Querida Ana

Quinta feira, 27 de outubro de 2011

Querida Ana,

bom dia, meu amor. Como está você?
Aqui em Recife as coisas estão mais ou menos. Tenho andado insatisfeito com tudo, desde que você se foi, Ana. Tem dias que não dá vontade de sair da cama, de ver o sol. Eu lembro que você adorava me despertar de manhã bem cedo, pra ver o sol colorir o dia. Já tem um tempo que o sol não colore mais meus dias, meu amor.

Dia desses, lembrei daquela vez que fomos pescar. Lembra, Ana? Eu, você e o Kerouac. Eu lembro muito bem do seu sorriso após fechar o livro. Aquele sorriso que só você tem, que só você dá, quando termina um bom livro. Era um livro maravilhoso mesmo, Ana. O seu sorriso tinha motivo.

Motivos não tenho eu, pra sorrir. Você levou junto com você o meu sorriso, Ana.
Você faz falta pra caramba.
Quando você volta?

18 de outubro de 2011

das gratidões

Obrigada. Obrigada por tudo, mesmo. 
Obrigada por se fazer presente, por existir. 
Obrigada por me responder.
Obrigada pelas surpresas, pelas mudanças. 
Obrigada pelas tristezas e por todo o entendimento que veio com elas.
Obrigada pela vontade de chorar. Obrigada pelo choro incessante.
Obrigada pelas dificuldades. Obrigada pela culpa que eu sinto! 
Obrigada pelas vontades que eu tenho... 
Obrigada pelas pessoas especiais. 
Obrigada pelas decisões que fiz e pelas que eu não fiz. 
Obrigada, mesmo, por tudo.

10 de outubro de 2011

não me deixe pra depois

Acorda amor, que já virou um outro dia
A gente pode fazer tudo hoje.
Não me deixe pra depois
Sempre tenho um bom motivo pra nós dois

Highly Sensitive, Mallu Magalhães

9 de outubro de 2011

mi vida eres tu

Desenhei nas ruas um amor
Que já não sei se é real
Ou se não existe
E se eu sou triste, a causa é você
É só você

Vanguart

5 de outubro de 2011

Conversavam distraídos enquanto esperavam o ônibus. Eram ônibus diferentes, mas a parada era a mesma.
Esticou-se para ver o ônibus que se aproximava.

- O seu ônibus. -avisou.
Ele nem se mexeu.

- Você não vai?
O ônibus passou depressa pelos seus olhos. Ela não entendeu.

- Vou ficar com você até o seu ônibus chegar.

3 de outubro de 2011

cheia de espera(nça)

Eu esperei você vir falar comigo no bar, mas você não falou. Aí eu fui lá e falei com você. Tivemos uma conversa ótima! Me diverti à beça e ainda finalizamos com uma volta pela orla.

Eu esperei você ligar no dia seguinte, mas você não ligou. Esperei pelo resto da semana, aí então, eu liguei pra você. Saímos outra vez, nos divertimos ainda mais e o filme era ótimo. Você que pagou as duas entradas.

Eu esperei você me dar um beijo, mas você não deu. Esperei no terceiro, no quarto e no quinto encontro, aí eu te beijei enquanto tomávamos vinho. A única coisa pela qual não tive que esperar foi que você tomasse a iniciativa em me levar pra cama. Isso você fez rapidinho, e, muito bem, obrigada.

Eu esperei por você da última vez que combinamos de sair. Esperei, esperei e esperei. Te liguei algumas vezes, você não atendeu nenhuma delas. Você não apareceu, eu assisti ao filme sozinha. Eu chorei no filme inteiro e tive frio no cinema.

Você nunca mais veio, mas eu ainda te espero e te espero.

Eu vivo esperando esperar você.