30 de agosto de 2011

meio completa

E lá estava sozinha no café. Lia Schopenhauer deliciada e parecia estar plena. E lá estava ele, curioso sem conseguir tirar os olhos da "Schopenhauerzinha". Se aproximou, pigarreou e ela nem sequer mexeu os olhos.

- Por que, você, tão linda, está sozinha? -perguntou enfim.
Ela olhou nos olhos dele e respondeu calmamente.
- Às vezes, a solidão é a melhor amiga do homem.

Não, aquilo não era um fora. Parecia mais um convite para sentar ali com ela, e foi isso mesmo que ele entendeu. Sentou-se sem cerimônias, ela achou engraçado e riu pra dentro.

Conversaram sobre Schopenhauer, e Hegel, e Nietzsche, e Freud, e Deus. Sobre João Gilberto, Truffaut e Bradbury. Trocaram email, telefone e Facebook.

Se despediram com um abraço e, de olhos nos olhos, acharam sua metade, cada um.

9 de agosto de 2011

Tom,

Depois que você chegou, por aqui é só alegria! Dormimos cantando e acordamos cantando. É impressionante a forma como você me faz feliz, seja com um sorriso pela manhã ou quando você me enche de beijinhos pelo resto do dia, você está sempre me fazendo contente.

E a melhor parte, Tom, é que eu nunca me sinto só, ou vazia; você está sempre ao meu lado, e assim, nos completamos. Isso é ótimo, Tom! É maravilhoso ter você aqui, comigo.

8 de agosto de 2011

A última vez que vi Érica

A primeira vez que vi Érica, estava chapado demais para reparar noutra coisa que não fossem seus peitos. Joguei uma de minhas cantadas vagabundas, mas logo parei de insistir, saindo atrás de novos peitos e bundas.

Vi Érica uma segunda vez na casa de um amigo. Me contaram de minha mau sucessão algumas noites antes e ainda sim, não desanimei e resolvi me aproximar. Nem precisei conversar muito pra que Érica se encontrasse nos meus braços enquanto eu a enchia de beijos.

Ela falava muito pouco, quase nada e o pouco que conversava era sobre a psicanálise de Freud. Mas Érica encantava a qualquer um; fosse discutindo Freud ou fosse pelos seus cachos e seu corpão, que deixava qualquer um boquiaberto. Érica era linda.

Ela nunca deixava nossos olhos se cruzarem, nem mesmo quando estávamos na cama. Com o tempo, continuava a falar pouco e sofria de variações constantes de humor. Mas, quase sempre me esperava em casa com um ou dois fumos prontinhos. Adorava isso!

Numa noite qualquer, discutíamos muito e entre lágrimas e acusações injustas de Érica contra mim, resolvi sair e só voltar quando ela estivesse mais calma.

Já estava tarde e a Real da Torre, assim como eu, estava vazia. Andei um pouco, por aqui e por ali. Logo voltei pra casa, pensando em dar um beijo em Érica e esquecer toda aquela confusão.

Quando cheguei, Érica estava dormindo, a caixa de Valium ao lado e o copo d’água, como de costume. Dei um beijo em sua bochecha fria e me deitei ao seu lado.