Ele levantou-se e declarou que ia embora.
- Mas já? Você acabou de chegar!
- Preciso ir. -mentira, ele não precisava ir.
- Fique um pouco mais e continue a me falar de Kafka. O próximo ônibus vai demorar a chegar. -menti.
Ele hesitou um pouco
- Tudo bem, peça mais um café e eu continuarei falando.
Pedimos mais um café e ele continuou falando sobre Kafka, que havia lido recentemente.
- Enfim, ele é inacreditável. -concluiu. -Agora, preciso ir, Beatriz.
Sem mais desculpas para fazer com que ele continuasse ali, o deixei ir.
Deixar com que ele fosse embora era uma das coisas mais difíceis a se fazer. Gostava de tê-lo por perto.
Eu não sei se ele pensava assim de mim também.
Um comentário:
Excelente!
Postar um comentário