Tinha sido a melhor noite da vida dela nos últimos 3 ou 4 anos.
Eles tinham assistido juntos ao último filme do Scorsese. Famintos, resolveram parar numa creperia, dessas que fica aberta até tarde. Dividiram dois crepes, um de queijo e outro de chocolate. Foram os melhores crepes que ela já havia experimentado. Dividiram uma coca de garrafa e agora estavam andando pela praia, que estava deserta, sem ninguém, só eles dois.
Derramavam longas conversas na areia da praia. Conversavam sobre a lua, que estava cheia, sobre as estrelas, sobre os barcos -lá longe, onde a vista quase não alcança. Era tudo tão bonito. Se pudesse, daria pausa na vida, bem ali, naquela cena.
Ele falava no quanto ela era linda. Sobre os seus olhos, sobre o seu sorriso, sobre sua pele. Tocava nela tão delicado, com aquelas mãos geladas.
E, por fim, a beijou. Finalizaram a noite assim, com um beijo. Um beijo bem bonito, digno de filme da década 20.
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