Amor, vou te contar uma coisa. Mas vê se não fica triste, por favor.
Uma vez, uma única vezinha, eu pensei em te deixar. Foi quando você chegou do trabalho e fechou a porta na minha cara, sem nem dar uma olhada pra mesa bonita que eu tinha colocado pra nós dois. É, foi a única vez que eu pensei em te deixar.
Segundos depois me senti o pior cara do universo. Você provavelmente estava cansada, deve ter tido algum aperreio e não queria conversa. Como pude pensar em ir embora de uma coisinha tão linda como você? Como pude pensar em ir embora dos teus olhos, do teu cheiro de coisa doce, das musiquinhas que você cantarola pra mim, do teu sorriso, do teu sono no meu colo... Das coisas que gosto tanto.
Amor, vou te dizer, tá raro encontrar alguém como você. Sou mais sortudo que um ganhador solitário da mega-sena! Me sinto mais feliz também.
Depois de ter batido a porta na minha cara, você a abriu, com os olhos vermelhos e inundados. Se jogou nos meus braços, fungou e agradeceu pela mesa bonita. O seu dia tinha sido realmente difícil, como supus, mas você elogiou pra caramba o meu jantar.
Antes de pensar em ir embora, pensarei em tudo que você é pra mim. E assim, nunca, nunca vou querer ir.
29 de janeiro de 2012
28 de janeiro de 2012
hoje de manhã eu acordei com um bilhete que dizia assim
"Ô, amor! Desculpa por ter te acordado pela madrugada. Queria te dizer que me ter por perto é assim mesmo. É te acordar às duas da manhã pra fazer arte e te fazer meter o pé na poça laranja de refrigerante que eu derrubei sem querer. Mas eu deixei o seu café e o seu pãozinho com manteiga prontos. Tá lá na cozinha.
Tenha um bom dia. Eu te amo."
é por essas e outras, que eu não me arrependo da escolha que fiz.
27 de janeiro de 2012
19 de janeiro de 2012
Gabriela
Gabriela tomava o café em pequenos goles, parecia um passarinho. Ela era bonitinha. Conversávamos sobre poesia moderna e ela me disse que escrevia algumas coisas. Gabriela era inteligente, sabia uma porrada de coisas e o assunto fluía junto dela. Ela tinha conversa, das boas. Esse foi nosso primeiro encontro.
O segundo encontro foi diferente. Levei o violão, toquei algumas músicas, Gabriela sorriu e bateu palmas e cantou junto comigo. Paguei um sorvete pra nós dois e desatamos a conversar. Tocamos e cantamos algumas outras músicas.
Começamos a sair mais vezes e entre os encontros estavamos sempre dando um jeitinho de nos falar. Viramos amigos, fui almoçar na casa dela e ela conheceu minha mãe. Gabriela me tacava elogios, me enchia de abraço e tinha um cheiro muito gostoso de coisa doce. Gabriela era uma gracinha.
Gabriela tinha uma blusa de renda branca e uma sapatilha vermelha. Cara, como Gabriela era bonita! Como seu sorriso era lindo, e como o sol parecia sempre ser amigo dela, iluminando-a por onde quer que fosse. Ah, Gabriela...
A vida com Gabriela seria perfeita. Teríamos três filhos, moraríamos num apartamento de três quartos e com azulejos azuis. Tocaria violão pra ela na varanda enquanto tomávamos café. E por fim, envelheceriamos juntinhos, e assim ficaríamos até o fim.
Era dia 2 de maio, era uma sexta feira. Coloquei o meu melhor tênis e fomos na melhor cafeteria da cidade. Nunca tínhamos ido ali, era a primeira vez. Pedimos dois cafés gelados, eu não enrolei e fui logo ao ponto. Gabriela ficou quieta e pegou no cabelo, como sempre fazia quando estava nervosa. Eu ri do silêncio dela. Gabriela sempre gostou de fazer suspense.
Mas, ela respirou fundo e disse que não. Que não eram assim que as coisas deviam funcionar e que não dava. E ainda disse mais, que não era porque gostávamos das mesmas coisas que tínhamos sido feitos um para o outro. Gabriela me disse uma penca de coisas desagradáveis naquele dia e foi embora, deixando os dez reais pra pagar o café. Fiquei ali por mais um tempo, tentando digerir o que tinha acabado de acontecer.
Passei no mercado, comprei o uísque mais barato que encontrei e decidi que se era pra tomar um pé na bunda, que fosse bem tomado! Com direito a ressaca e choradeira. E assim foi.
Mas, Gabriela não se foi como o uísque daquela noite. Gabriela ficou pela casa, ficou viva no meu nariz, nos rostos das pessoas que na rua passavam, no canto dos pássaros, nos outdoors, nas músicas, nos sorrisos e onde quer que eu olhasse.
Gabriela não voltou mais.
O segundo encontro foi diferente. Levei o violão, toquei algumas músicas, Gabriela sorriu e bateu palmas e cantou junto comigo. Paguei um sorvete pra nós dois e desatamos a conversar. Tocamos e cantamos algumas outras músicas.
Começamos a sair mais vezes e entre os encontros estavamos sempre dando um jeitinho de nos falar. Viramos amigos, fui almoçar na casa dela e ela conheceu minha mãe. Gabriela me tacava elogios, me enchia de abraço e tinha um cheiro muito gostoso de coisa doce. Gabriela era uma gracinha.
Gabriela tinha uma blusa de renda branca e uma sapatilha vermelha. Cara, como Gabriela era bonita! Como seu sorriso era lindo, e como o sol parecia sempre ser amigo dela, iluminando-a por onde quer que fosse. Ah, Gabriela...
A vida com Gabriela seria perfeita. Teríamos três filhos, moraríamos num apartamento de três quartos e com azulejos azuis. Tocaria violão pra ela na varanda enquanto tomávamos café. E por fim, envelheceriamos juntinhos, e assim ficaríamos até o fim.
Era dia 2 de maio, era uma sexta feira. Coloquei o meu melhor tênis e fomos na melhor cafeteria da cidade. Nunca tínhamos ido ali, era a primeira vez. Pedimos dois cafés gelados, eu não enrolei e fui logo ao ponto. Gabriela ficou quieta e pegou no cabelo, como sempre fazia quando estava nervosa. Eu ri do silêncio dela. Gabriela sempre gostou de fazer suspense.
Mas, ela respirou fundo e disse que não. Que não eram assim que as coisas deviam funcionar e que não dava. E ainda disse mais, que não era porque gostávamos das mesmas coisas que tínhamos sido feitos um para o outro. Gabriela me disse uma penca de coisas desagradáveis naquele dia e foi embora, deixando os dez reais pra pagar o café. Fiquei ali por mais um tempo, tentando digerir o que tinha acabado de acontecer.
Passei no mercado, comprei o uísque mais barato que encontrei e decidi que se era pra tomar um pé na bunda, que fosse bem tomado! Com direito a ressaca e choradeira. E assim foi.
Mas, Gabriela não se foi como o uísque daquela noite. Gabriela ficou pela casa, ficou viva no meu nariz, nos rostos das pessoas que na rua passavam, no canto dos pássaros, nos outdoors, nas músicas, nos sorrisos e onde quer que eu olhasse.
Gabriela não voltou mais.
18 de janeiro de 2012
13 de janeiro de 2012
carta de ano novo para alice e para tom
Alice e Tom,
nunca parem de sonhar. Esse é o meu conselho pra vocês. E sonhem os seus sonhos, não sonhem os sonhos dos outros, por favor! E se os seus sonhos não estiverem indo lá muito bem, lembrem-se que tem alguém que sonha muito maior pra vocês. Não esqueçam disso, tá?!
Nunca deixem que as pessoas digam que seus sonhos são pequenos. E, se disserem, não liguem, afinal, os sonhos são seus e vocês é quem dimensionam o tamanho deles. Nunca parem de sonhar. Nunca, nunquinha! Mesmo que tudo pareça uma droga, mesmo que a vida diga que não vale a pena, mesmo que a realidade entre dentro de casa, e a ocupe quase por completo, não deixem de deixar uma sala bem grande pros sonhos de vocês. Lembrem-se disso. E, ah! Lembrem-se também, de sonhar com o coração.
Cantem bem alto, sorriam até pros postes, usem roupas coloridas, e se quiserem, mesmo "crescidos", podem continuar usando Tandy e levando baldinho pra brincar na areia da praia. Colham flores, comam frutas, tomem banho de mangueira, vejam desenho, experimentem batata frita com sorvete e amem. Amem bem muito!
Eu desejo toda felicidade do mundo à vocês. Desejo vida aos montes, cor, poesia, novidade, flores, música e morangos.
Com amor.
nunca parem de sonhar. Esse é o meu conselho pra vocês. E sonhem os seus sonhos, não sonhem os sonhos dos outros, por favor! E se os seus sonhos não estiverem indo lá muito bem, lembrem-se que tem alguém que sonha muito maior pra vocês. Não esqueçam disso, tá?!
Nunca deixem que as pessoas digam que seus sonhos são pequenos. E, se disserem, não liguem, afinal, os sonhos são seus e vocês é quem dimensionam o tamanho deles. Nunca parem de sonhar. Nunca, nunquinha! Mesmo que tudo pareça uma droga, mesmo que a vida diga que não vale a pena, mesmo que a realidade entre dentro de casa, e a ocupe quase por completo, não deixem de deixar uma sala bem grande pros sonhos de vocês. Lembrem-se disso. E, ah! Lembrem-se também, de sonhar com o coração.
Cantem bem alto, sorriam até pros postes, usem roupas coloridas, e se quiserem, mesmo "crescidos", podem continuar usando Tandy e levando baldinho pra brincar na areia da praia. Colham flores, comam frutas, tomem banho de mangueira, vejam desenho, experimentem batata frita com sorvete e amem. Amem bem muito!
Eu desejo toda felicidade do mundo à vocês. Desejo vida aos montes, cor, poesia, novidade, flores, música e morangos.
Com amor.
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