13 de novembro de 2011

manhã

Acordo cedo e fico te esperando acordar. Você dorme quieta que nem passarinho. Um pouco mais tarde, tateia   a cama com os pés, em busca de meus pés. Você passa o braço por volta de mim e sorri, ainda não abriu os olhos. Ficamos desse jeito gostoso até você abrir os olhos. Te dou um beijo na testa, você se espreguiça e se levanta.

Faço café para nós dois, passo geleia nas fatias de pão e você chega na cozinha. Cheiro de banho novo e de pele fria. Você é tão bonita. Me agradece pelo café e conversamos sobre o filme da noite anterior.

Saímos para nossa caminhada matinal e brigamos no elevador. O motivo de hoje é a sua presença na festa daquele seu amigo da faculdade. Os vizinhos acreditam e abandonam o elevador na primeira oportunidade, morremos de rir quando ficamos sozinhos. Na rua, você encontra aquele poodle toy horrível do 702 e pergunta porquê não temos um também. Eu digo que ele é horroroso, você dá uma risada e me dá um tapa enquanto morde os lábios.

Você aponta para todas as casas que quer morar, e quando alguma tem uma placa de "vende-se", você enfatiza dando uma paradinha na frente. Escondido de você, já anotei todos os números de telefone estampados nas placas.

Voltamos pra casa e tomamos aquele banho que a gente adora. Você prepara uma salada, nós almoçamos cheios de gracejos e vou trabalhar.

No som do carro, escuto os Smiths enquanto penso em você.

Um comentário:

D disse...

'Você aponta para todas as casas que quer morar, e quando alguma tem uma placa de "vende-se", você enfatiza dando uma paradinha na frente. Escondido de você, já anotei todos os números de telefone estampados nas placas'
tenho tanto orgulho de você! o coração se expande só pra caber tanto sentimento, especialmente quando eu te leio. amei esse trecho, haoidhiaos (e é, mudei de endereço)